terça-feira, 27 de junho de 2017

Vista

Quando morei em Lisboa tinha uma vista a 180º sobre o rio e a ponte, com o manto de luzes das margens, com cruzeiros e aviões que por ali entravam, uma vista que abraçava o quarto e os jantares românticos... Na altura desenhava muito pouco e fotografava bastante. Agora não a posso desenhar, mas tenho um céu e duas buganvílias gigantes que espreitam pelo quarto e de vez em quando surpreendem...


Sinto que desenhos em vez de fotografias tinham deixado registos muito mais interessantes.

domingo, 25 de junho de 2017

Santarém

Santarém estave cheia de gente, de sketchers, de vontade, de coisas para ver e pessoas para conhecer.
Depois de alguma caminhada explorando ruas e jardins, eu e o Pedro Alves paramos no jardim e miradouro das Portas do Sol, a vista era de tirar o fôlego. Ficamos ali a rabiscar e a pintar, falando de aguarela e paisagem, do Ribatejo e da vida.


De tarde, a sesta aliciava, mas havia tanta coisa para ver e tentar desenhar.
A chuva ainda me atrapalhou as linhas e o tempo passou a correr, aqui ficou Pedro Alvares Cabral, descobridor do Brasil, com descanso eterno na Igreja da Graça, cheia de detalhes e uma daquelas rosáceas hipnotizantes.

Tapada da ajuda

Sempre tivera curiosidade pela grande área do Instituto Superior de Agronomia, durante alguns anos frequentei uma parte da tapada e alguns atravessamentos, nunca imaginaria toda a sua dimensão assim como o valor de algumas pérolas ali escondidas.
Neste encontro arrastei mais uma sketcher nova e acho que é para continuar :)

Desenho em andamento pela manhã.


 Vistas sobre os campos e Lisboa, estendendo a margem sul até ao horizonte do Algarve (quero acreditar)

 Observatório Astronómico de Lisboa e o seu jardim romântico, como um amante esquecido, perdido, entre o silêncio e o cantar dos pássaros, envelhecendo com o tempo.


Manto de dragoeiros e sketchers à conversa sobre desenho e sobre a vida.

Uma tarde fabulosa, pelas pessoas, pelas partilhas, pela beleza do que conseguimos ver nos traços invisiveis...

Depois de tomar café e reencontrar Santo Amaro em festa com outros olhos, ainda deu para desenhar esperando pelo autocarro.


quinta-feira, 22 de junho de 2017

Porto II_II

A manhã começou com uma conversa sobre noticias no café do jardim, o pasteleiro tinha feito umas natas fabulosas, estava chocado a ver o jornal e quando mo emprestou, também o fiquei... mas o meu tempo não esticava, agradeci e acelerei para um dos meus lugares favoritos... um jardim romântico ...reservado, mas com empregadas simpáticas.



Depois de explorar alguns palácios antigos e ruas menos movimentadas com pérolas de edifícios esquecidos, parei alguns minutos para recordar a Casa da Música do Porto.


Há sempre uma esplanada por perto em dias de calor, ou um degrau para apontamentos rápidos, como na casa da Viscondessa de Santiago de Lobão... de portão fechado.


Rumo a Serralves, decidi teleportar-me rapidamente em vez de andar a fazer um raly de esplanadas e finos...
Serralves é mais uma pequena maravilha, não deu para desenhar muito, passei a maior parte do tempo a explorar coisas de génios, entre o exposto e o espaço que expõe. Os jardins estavam com um manto especial, o Sol ainda não descobrira e a atmosfera era despojada de pessoas ou palavras.
Queria desenhar a Casa de Chá mas ficou para quando estiver em flor... registei apenas rapidamente o roseiral...


Enquanto me envolvia em pensamentos, decidi rematar estes belíssimos dias com um desenho de reflexão, nos jardins da Casa de Serralves... onde as gaivotas se banhavam e os miúdos espreitavam o que eu estava a cozinhar...



Com tantos poemas visuais e linha vermelho/rosa confesso que às vezes é preciso desenjoar com alguns pretos... são desenhos abertos de sentir, atmosfera doce, ternurenta, entre a realidade e o sonho...

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Porto I_II

O POSK fazia um ano e mesmo a calhar, aproveitei o encontro no Porto, dia 17.
Tive a oportunidade de conhecer melhor o grupo de desenho do Porto e fiquei surpreendido.
Representando a zona norte, são poucos mas de grande simpatia e com grandes talentos,
até me surpreendi quando admiraram o meu caderno, porque na realidade os mestres são eles.
A manhã estava calma e a simpatia de algumas esplanadas levou-me a rabiscar antes do encontro.

Enquanto se preparava o arranque de mais uma etapa de desenho, falava-se de gruas e da pressão imobiliária, aos poucos fui apanhando o Skyline visto da Sé e as gruas la ficaram.

As escadinhas do Barredo eram vigiadas por gaivotas, uma delas veio logo ver o que estava a fazer, mas não ficou impressionada. Os turistas às vezes espreitavam e metiam conversa, aos poucos sugou-se quase o tempo todo.

Para acabar a manhã ainda apanhei mais um pouco das escadas e a família do André, o Tomás até fez uma pose campeão e esteve 5 minutos quieto.

À tarde fomos à procura de pontes e sombra, do lado de Vila Nova de Gaia, optei pela Ponte D. Maria Pia.


Depois das despedidas, ainda desenhei enquanto me esticava no jardim, ao fundo havia um pequeno concerto ao vivo.



terça-feira, 20 de junho de 2017

Moledo

Foi um privilégio conhecer o pintor abstracto Manuel Lima.
Deambular de manhã entre maresia e jardim, explorar e rabiscar a paisagem, avassaladora... Sem vento, de luz matinal perfeita, entre árvores e morangueiros selvagens...
Conversar sobre pintura abstracta e sobre as coisas simples da vida à noite e pela manhã.
Ver as árvores crescer, os insectos atarefados, reencontrar e fazer novas amizades...





segunda-feira, 12 de junho de 2017

Vermelho

O desenho tem algo de liberdade, de belo, de sonho, de sentimento...
Não sei onde vai... a realidade supera sempre qualquer plano...
...e com engenho, adoro ver um olhar rejubilar...

De Atramentis Document Ink - Red, impermeável, 2ml de amostra até acabar... 
Recomendo também o preto.

domingo, 11 de junho de 2017

Desenhando

Um fim de semana em família...









quinta-feira, 8 de junho de 2017

Livros

Mudança de Planos...
...às vezes existem coincidências, outras vezes adivinhos mindinhos... como se todos os caminhos estivessem traçados... voltei aos vermelhos e azuis... os chapéus fechados ficaram como pista de vendaval...
O dia estava mesmo cheio de gente e de vento, existiam bolhas de eventos a acontecer... mas ao fundo, depois da ultima rua, nos confins do universo, tudo brilha da mesma forma... o segredo é olhar de cá para lá e não de lá para cá.

domingo, 4 de junho de 2017

Arruda Oitocentista

Os ares aromatizados a vinhas e vinho de Arruda dos Vinhos abriram as portas do corpo e deixaram o espírito do galopar... embora o cheiro fosse mais a grelhados e cerveja...
Levei o típico traje de boina parisiense e camisa branca, não havia barrete nem colete. Havia pincéis e vontade de pausar a semana ;)
Depois da habitual caminhada à procura de luz, abrigo e mimos para a alma, resolvemos parar frente à igreja matriz, o primeiro desenho de aquecimento ocupou a manhã toda.
 
Quando descobri os animais, cabrinhas, coelhos, galinhas, ovelhas e cavalo para desenhar, chegou a hora de almoço, depois e meio perdido estava com a cabeça na lua.

O almoço foi produtivo, mas a fome era tanta que a comida não chegou a aparecer nos desenhos.




Fizemos um mini raly pelas esplanadas e montamos o atelier na melhor, junto ao jardim naturalista romântico, no fabuloso pátio do Palácio Morgado.
Era tentador desenhar o jardim, os detalhes e recantos doces e as poesias florais apaixonadas, ou mesmo desenhar o palácio, mas depois do almoço preferi continuar com os modelos profissionais disponíveis.

Os desenhos saíram todos perfeitinhos, o vento é que deu o toque final...



Ainda houve tempo para voltar aos animais e desenhar o cavalo, ou o que conseguia ver entre criança e adultos a tirar fotografias.


Quero agradecer a todas as companheiras de sketchers que ainda tem paciência para os acompanhar sem um livro para ler e com crianças ou animais eléctricos... 

 O fim da tarde resultou num ultimo desenho enquanto os ombros se tornavam pesados com tantos curiosos... mas depois de acabar ainda houve tempo extra para petiscar. ...e desenhar.





sexta-feira, 2 de junho de 2017

Manchas dançando

Ainda sob efeito de medicação, uma delas, o workshop da Teresa Ruivo sobre pessoas e manchas.
Quando a cozinha se torna sala, pouco mais se altera do que a luz que emana da televisão...
...e no momento eram danças...


Belo

Desde que voltei a fazer as pazes com o desenho inconscientemente vou procurando nele "coisas"... O prazer de riscar... inventando o que os olhos vêem... principalmente em desenhos simples... coisa que na maior parte das vezes não me atrai...
Às vezes procuro arrumar ideias, perceber o sentir, fazer uma pausa antes de decisões ou desintoxicar-me de questões de trabalho ao fim do dia...

A complexidade, o impossível, o caos atrai-me... há sempre algo para melhorar, para curar, para compreender... sem dar por isso envolvo-me em empreitadas de desenho em vez de um simples esboço... a mente quer sempre mais jogos de formas... o sentir quer menos, quer paz... sabor... cor.

O olhos procuram sempre algo de belo, os detalhes, os gestos, as sombras, os medos e os sonhos... Não há desenho que não assine o que se passa dentro do seu autor.
Às vezes encontro "coisas" e surpreendem...
Desoriento-me, encontro a razão de ter começado, congelo...
...e uma pequena concha dá sentido a uma praia.


...
Beauty
Since I made peace with the drawing unconsciously I start looking for "things" in it... The pleasure of scratching with ink ... inventing what the eyes see ... mainly in simple drawings ... things that most of the times doesn't attract me...
Sometimes I try to sort out ideas, to perceive feelings, to pause before decisions, or to detoxify myself from work at the end of the day ...

Complexity, the impossible, chaos attracts me ... there is always something to improve, to heal, to understand ... without knowing I'm involved in drawing contracts instead of a simple sketch ... the mind Always wants more games of shapes ... the feeling wants less, wants peace ... taste ... color.

The eyes are always looking for something beautiful, the details, the gestures, the shadows, the fears and the dreams ... There is no drawing that does not sign what goes on inside its author.
Sometimes I find "things" and they surprise ...
I'm disoriented, I find the reason for having started, freeze ...
... and a small shell gives meaning to a beach.