Corvinos

 Corvinos na sua vila plantada à beira-mar.

24 desenhos depois, acaba-se a viagem com saudade.

 

Canadas

 A parte antiga da Vila do Corvo é constituída principalmente por Canadas, ruas estreitas e vielas, nas maiores passa um carro à conta, as mais estreitas tornam-se labirínticas e por vezes acabam em becos sem saída, outra morgologia urbana interessante são os grutões, caminhos estreitos com escadarias e passagens inclinadas. 

A viagem estava no fim e os últimos desenhos foram do alojamento onde ficamos com o espaço da igreja onde toda a gente atravessava para ir à padaria e a rua principal antiga que liga ao Porto da Casa.

Centro de Interpretação de Aves Selvagens do Corvo

 No centro da vila do Corvo, existe um centro de interpretação bastante interessante, conserva a ultima atafona da ilha, onde antigamente se fazia farinha com recurso a animais. Possui informação sobre a formação da ilha, algumas tradições e as fechaduras em madeira.

Claro que o seu principal objectivo é dar a conhecer as aves selvagens na ilha do Corvo, é bastante interessante como este pequeno pedaço de terra no meio do oceano é muito importante para as aves migratórias entre a europa e as américas que aqui param para descansar, assim como para as aves marinhas que nidificam nas encostas mais escarpadas da encosta oeste da ilha.

Vigia da Baleia

 Um dos locais mais interessantes de descobrir são as antigas vigias da baleia, normalmente possuem grandes vistas sobre o mar e algum abrigo contra o mau tempo.

Apesar de se encontrarem abandonadas são elementos muito interessantes que podem ser mantidos continuando a oferecer um ponto de referencia com história para quem gosta de caminhar.

Praia de Areia

 No fim da pista do aeroporto da ilha do Corvo, existe uma bela praia de areia. Os Açores têm poucas praias de areia, esta possui um misto de areia vermelha e preta com pequenas pedras vulcânicas interessantes, leves e arredondadas, de várias cores.

O local é muito tranquilo, tem um pequeno cais e três zonas de areal viradas para uma grande zona de mergulho, ótima para snorkeling, as rochas protegem a baía das ondas e às vezes há aves migratórias na zona.

Encosta Leste

A encosta leste da ilha do corvo é marcada pelas típicas parcelas açorianas, muros de pedra com hortencias a delimitar as quadriculas e vaquinhas a pastar. No inicio desta encosta, existem pequenas construções de apoio ao gado, vêem-se galinheiros ou chiqueiros e outras pequenas construções em pedra com características vernaculares onde as portas vermelhas se destacam.

 

Caldeirão

 A Ilha do Corvo esconde uma das paisagens mais surreais que já desenhei, no topo do Monte Gordo surge o Caldeirão. 

A grande cratera vulcânica abriga do vento que se sente à chegada, no interior existe calma e silêncio, o tempo parece abrandar à medida que se desce e chega a parar quando não se escutam os pássaros.

À entrada da cratera vê-se algum gado, disperso torna-se quase invisível nas encostas da cratera com cerca de 2,2km de diâmetro, na base, além das lagoas e de algumas gaivotas que de vez em quando fazem visitas, existem ainda alguns riachos e cavalos que passeiam pelos extensos prados.

 

Ilha do Corvo

A Ilha do Corvo fica a cerca de 26 km da Ilha das Flores, é a ilha mais pequena dos Açores, com 6,5 km de comprimento por 4 km de largura resume-se a um grande vulcão (o Monte Gordo) que abriga a vila com cerca de 400 habitantes dos ventos e das tempestades. A sua ocupação data de 1548, chegou a ser chamada de ilhéu das Flores, segundo a lenda quando avistada das Flores parecia uma grande ave negra adormecida, dai o nome de Corvo.

Depois da chegada à ilha com o Jorge Guedes, aproveitamos o bom tempo e fomos explorar as proximidades para desenhar, as ruas mais antigas são estreitas e labirínticas, o local escolhido para o primeiro desenho foi num miradouro sobre a vila onde um painel de azulejos retrata a vitória dos corvinos sobre os piratas da barbária.

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Santa Cruz das Flores

 A ilha das Flores ainda continua a mitigar os estragos provocados pelo furacão Lourenço no ano passado, o Porto das Lajes foi o mais afectado e ainda tem muita obra pela frente, infelizmente com a fraca luz do fim do dia e o chuvisco não deu para retratar os molhes de protecção destruídos.

 Enquanto espera pela hora de embarque do próximo voo tive tempo para desenhar a movimentação de gruas no Porto de Santa Cruz, onde ainda decorrem obras de reforço. 

Flores e Corvo são as ilhas dos Açores mais a ocidente, acabam por estar mais expostas às tempestades tropicais, subtropicais e depressões que surgem no meio do Atlântico, nesta altura andava a depressão Paulette a fatastar-se, ainda registei no telemóvel quando apareceu, embora fraca, tornou o tempo e o mar muito instável.

Manhãs na Fajã Grande, Flores

Uma manhã de pequenos desenhos na Fajã Grande, na Ilha das Flores.

Como é habitual, chama sempre a atenção da população, ainda deu para algumas conversas e histórias interessantes, depois foi rabiscar a vista da vigia da baleia durante o almoço.

 

Cascatas do Poço do Ferreiro

 Conhecidas também por Cascatas do Poço da Alagoinha ou Lagoa das Patas, são talvez, as cascatas mais icónicas da Ilha das Flores. Para lá chegar é preciso percorrer vinte minutos num caminho tortuoso de pedras irregulares numa atmosfera húmida de floresta sombria e cheia de musgo com pequenos riachos. No fim do caminho entra-se num bosque alto que acaba por desvendar uma grande lagoa cheia de vida onde muitas cascatas se lançam ao longo da escarpa, como apanhamos uma noite de chuvas fortes, o caudal das linhas de água estava mais forte do que nos primeiros dias, acabamos por voltar a ver algumas cascatas. 

Desta lagoa forma-se a Ribeira Grande, uma linha de água que há alguns séculos atrás, devido à força das águas chegava a isolar a povoação da Fajã Grande durante os dias mais chuvosos de Inverno.

Farol das Lages das Flores